O passeio a Iturama-MG, para participar da Folia de Reis, proporcionou também encontros e reencontros de muito prazer. Encontros de outras gerações e pessoas de distintas origens culturais com uma tradicional dança da cidade: a catira. Presumo, tenham gostado. E reencontros emocionados de alguns integrantes da trupe de Brasília. Que o diga o Sr. Nestor que, aos 93 anos de idade, pode (olha a nova regra aí, gente!!!) rever amigos, conhecidos e ainda relembrar os tempos em que rasqueava uma violinha caipira por aquelas bandas.
Confesso, revivi os tempos de criança, em que segurando a barra da calça do papai (Seu Nestor Carapina - à época, violeiro cantador), permanecia sempre atento à cantoria, letras das modas de viola e ao sapateado bonito e cadenciado de João Ganga e companhia. Impossível conter a emoção. Sobretudo, testemunhando um garotinho de cerca de 2 anos que acompanhava o pai na bonita apresentação da dança que fizeram especialmente para homenagear os visitantes. Me vi ali, lá pelos anos 60 (eita, como tô véio, hein!!??).
"...Se eu fosse um passarinho Queria ser um sanhaço
Fazer meu ninho
Na curvinha do seu braço
Se você deixar eu faço..."
É, realmente, estamos todos envelhecendo. Não se trata de reclamação. É constatação, daquelas que nos faz mais feliz sempre. Afinal, envelhecer, lembrando até de algumas passagens das modas e ainda revendo amigos "sumidos" há muito, roda de viola animada, catira, prosa boa e sorrisos por toda a parte, definitivamente, não pode ser ruim. O coração precisa estar forte para aguentar (olha a regra, de novo) o tranco já que a pele não evita os arrepios.
Agora, já em Brasília, a distância não vai impedir de enviarmos um agradecimento emocionado à meninada que dançou bonito e nos proporcionou tanta alegria. Muito obrigado, do fundo do coração. Um abração e agradecimento especial ao violeiro Manoel Severino que, brilhantemente, conduziu a dança ponteando a viola e, ao lado do Seu Orestes Simeão, entoou belas modas. (Pena não ter reencontrado Luzia Severino, irmã do violeiro e queridíssima colega de aula lá no início dos anos 70, no Colégio da D. Sarah - tomara não falte essa oportunidade).
Mais uma vez, obrigado a todos. Sem pieguice, nessas oportunidades é que percebemos quão simples é o combustível que nos conduz à felicidade.
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